sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Mais de 25 mil pessoas comparecem ao SemiáridoShow 2011


Eles chegam de vários cantos do Semiárido brasileiro. Trazem expectativas, perguntas e a esperança de tornar as suas pequenas propriedades mais produtivas e sustentáveis. O SemiáridoShow 2011, realizado em Petrolina (PE) entre os dias 22 e 25 de agosto, atraiu mais de 25 mil agricultores familiares, estudantes, técnicos da extensão rural para cursos, prosas, tecnologias, e para perceber que o sertão tem tudo que se precisa, e o que faltar a gente inventa, como traz no seu slogan a Associação de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira da Bahia (APAEB).

Com a consciência de quem já que sabe que é bem mais saudável ter cultivos livres de agroquímicos, Dona Francisca Lopes da Silva, moradora de Nascente, distrito da Araripina, município pernambucano, espera que cada vez mais famílias adotem práticas sustentáveis de produção agrícola porque, explica a sertaneja, “a gente pode criar e plantar sem agrotóxicos”.

Eles são primos, vizinhos e vieram juntos para o SemiáridoShow 2011. Os jovens Necivaldo Miguel (22), e Edmilson Silva Araújo (20) saíram de Glória, na Bahia, e gostaram de aprender com a Feira diferentes formas de manejo. “Gostamos de ver as formas de cultivo, o sistema agrosilvopastoril, que ao mesmo tempo que você planta o milho, pode cultivar o capim. Aí, quando o milho for colhido, já tem o alimento para os animais”, explicam.

A dona Maria de Lurdes Caldas, do Assentamento Rio Pontal, em Petrolina, veio ao SemiáridoShow com mais 17 pessoas de sua comunidade. Com sorriso no rosto, declara: “Eu gostei de tudo, não sei dizer o que mais gostei porque é muita coisa bonita e boa para o agricultor. É muito bom”.

Já o agricultor Antônio Rodriguez encarou doze horas de viagem para chegar ao SemiáridoShow. Veio de Lagoa Seca, povoado de Campina Grande, na Paraíba. Esteve presente em três dos quatro dias de evento, sempre perguntando, conversando com pesquisadores, trocando informações com outros agricultores, conta ele. Antônio só reclama do tempo que esteve no evento. “Três dias não foram o suficiente para a gente ver tudo”, revela.

Além das caravanas das famílias agricultoras, diferentes organizações não governamentais e associações de produtores que trabalham com economia solidária e comércio justo também participaram, e enriqueceram a Feira com os sabores do Semiárido. De Valente, na Bahia, onde fica a sede da APAEB, vieram os derivados do leite de cabra que a Associação produz: queijo, iogurte e doce de leite.

O representante da Associação, Nelilton de Oliveira, responsável pela comercialização dos produtos da APAEB no SemiáridoShow, diz que a Feira foi uma ótima oportunidade para troca de experiências, e aproveita para explicar que “o leite de cabra é rico em tudo, só é pobre em gordura. É o único alimento recomendado por médicos para substituir o leite materno, caso seja necessário”.

Contato:
José Nilton Moreira – Chefe Adjunto de Transferência de Tecnologia;
chtt@cpatsa.embrapa.br

João Marques – jornalista;comunic.aguadoce@cpatsa.embapa.br

Fernanda Birolo – jornalista;fernanda.birolo@cpatsa.embrapa.br

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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Projeto incentiva a produção sustentável de pequenas propriedades rurais


Com o objetivo de otimizar o uso da água para a produção de hortaliças e criação de aves, o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA) apresenta no SemiáridoShow, a Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (P.A.I.S.). Trata-se de um sistema voltado para os pequenos agricultores e agricultoras que buscam melhor aproveitamento do espaço das suas propriedades.

O P.A.I.S. é um pequeno sistema agrícola formado por três círculos, um no interior do outro. No menor, é colocado um espaço cercado onde o agricultor pode criar galinhas ou patos. Ao redor desse núcleo, existem pequenas faixas de terra organizadas de forma circular, onde hortaliças como alface são plantadas. Para proteger esse cultivo, é instalada uma pequena plantação de milho ao redor. “Dessa forma, diminui a ação do vento, que inclusive traz algumas pragas”, explica Paulo César de Jesus, técnico agrícola do IRPAA.

O sistema é bem simples. Usa-se uma mangueira com pequenos furos em que são colocados cotonetes. A água que circula pela mangueira é utilizada de forma a disponibilizar para as plantas somente o necessário. Segundo Paulo, material seco, principalmente capim, é colocado na terra para mantê-la molhada e evitar muita evaporação. “É um processo completo. Com os restos da colheita, os agricultores e agricultoras podem alimentar os animais que estão no círculo central. O esterco das galinhas ou patos serve para adubar os canteiros, e assim continua o ciclo”, finalizou.

O P.A.I.S. tem como parceiros o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), instituições de pesquisa e organizações não-governamentais, e está exposto na área de campo do SemiáridoShow.
 

Mais informações:
O SemiáridoShow 2011 acontece de 22 a 25 de Agosto no Escritório de Petrolina da Embrapa Transferência de Tecnologia, localizado na BR-122, Km 50 (BR-428, km 148). A feira estará aberta ao público das 8h às 17h30 e a entrada é gratuita. O evento é uma realização da Embrapa e do IRPAA.

Contatos:
Laércio Lucas – Agência Multiciências;
lacanlucas@hotmail.com

Fernanda Birolo – jornalista;
Fernanda.birolo@cpatsa.embrapa.br

Marcelino Ribeiro – jornalista;
marcelrn@cpatsa.embrapa.br

Embrapa Semiárido – (87) 3862 1711

IRPAA – (74) 3611 6481

Crianças aprendem a pintar usando tintas feitas com o solo


As crianças tiveram um espaço só para elas no SemiáridoShow 2011. Alegres e descontraídos, os pequenos participaram do minicurso “Pintura com Solos do Semiárido”, com os pesquisadores Maria Sonia Lopes da Silva e André Júlio do Amaral, ambos da Embrapa Solos, e de Tony Jarbas Ferreira Cunha, da Embrapa Semiárido.


Mesmo estando bastante ansiosos para o início das pinturas, a garotada, com faixa etária entre 4 e 13 anos, ouvia atenta às explicações descontraídas de Tony Jarbas sobre os diferentes tipos de solo, como eles se formam, as variadas colorações, suas utilizações e os cuidados para não degradá-lo. “De forma recreativa, a gente acaba envolvendo as crianças com o tema e elas aprendem o tanto de potencialidades que o solo tem", explica Tony.

Depois dos ensinamentos teóricos, chegou a hora que os meninos e as meninas mais aguardavam: pintar, utilizando as tintas produzidas com a mistura de solo, água e cola.

O pequeno Mateus, de 8 anos, estava maravilhado com a nova brincadeira. Sem nunca ter experimentado tinta de solo, caprichava no desenho, descrito por ele como “casa cor de barro”. Ao lado de Mateus, Denival, de 10 anos, contou que já havia feito algo daquele tipo na escola. Em seu desenho havia espaço para o rio, o solo, casa, as nuvens e o sol.

Acompanhando as crianças, a professora Tatiane de Souza, da Escola Municipal Mansueto de Lavor, em Petrolina, analisou a importância de espaços como esse para o desenvolvimento dos alunos. “Esse evento fortalece tudo aquilo que a gente vem ensinando em sala de aula sobre convivência com o meio ambiente. Como eles são filhos de agricultores, podem ensinar para os pais o que viram e aprenderam aqui”.

Troca de saberes

Outro espaço também explorado pelo grupo foi o “Umbuzeiro do Conhecimento”, uma demonstração simbólica feita pelo IRPAA com a intenção de trazer reflexões acerca da importância da educação contextualizada e dos demais elementos necessários para a consolidação da proposta de Convivência com o Semiárido.

Caravanas de outras escolas, a exemplo de municípios como Sobradinho, Juazeiro, Curaçá e Uauá, na Bahia, também estão participando da Feira. Estudantes de nível fundamental e médio, cursos técnicos e profissionalizantes, universitários e professores tem aproveitado o espaço de visitação e os mini-cursos para fortalecer a construção coletiva do conhecimento, lições que estão levando para serem compartilhadas.

Participam da feira as seguintes unidades da Embrapa: Semiárido, Caprinos e Ovinos, Algodão, Mandioca e Fruticultura Tropical, Agrobiologia, Transferência de Tecnologia, Tabuleiros Costeiros, Informação Tecnológica, Meio Norte, Agroindústria Tropical, Informática Agropecuária, Milho e Sorgo, Solos – UEP Recife e Agroindústria de Alimentos.

O SemiáridoShow 2011 é uma organização da Embrapa juntamente com o Irpaa. Nesta quinta-feira acontece o último dia do evento e alguns dos destaques será o debate sobre Educação Ambiental e Recaatingamento, além de discussões sobre Água e Segurança Alimentar e Politicas Pública para a Agricultura Familiar. A feira fica aberta ao público das 08:00h as 17:30h.

Mais informações:

O SemiáridoShow 2011 acontece de 22 a 25 de Agosto no Escritório de Petrolina da Embrapa Transferência de Tecnologia, localizado na BR-122, Km 50 (BR-428, km 148). A feira estará aberta ao público das 8h às 17h30 e a entrada é gratuita. O evento é uma realização da Embrapa e do IRPAA.

Contatos:

Maria Sonia Lopes – pesquisadora;

sonia@uep.cnps.embrapa.br


Tony Jarbas Ferreira Cunha;

toni@cpatsa.embrapa.br


Emerson Rocha – Agência Multiciência;

nosreme10@hotmail.com>

Alinne Torres – IRPAA;

comunicacao@irpaa.org


Fernanda Birolo – jornalista;

fernanda.birolo@cpatsa.embrapa.br


Marcelino Ribeiro – jornalista;

marcelrn@cpatsa.embrapa.br


Embrapa Semiárido – (87) 3862 1711

Cultivo do maracujá do mato pode gerar renda para os produtores do semiárido



Tendências de mercado como o consumo de produtos naturais e de sabor exótico tornam o maracujá-do-mato (Passiflora cincinnata Mast.) alternativa de cultivo para a agricultura familiar. Capaz de produzir bem no ambiente quente e seco, e nos mais diversos tipos de solo da região, esta frutífera nativa ganhou uma área de demonstração na Feira SemiáridoShow.

Para o pesquisador Francisco Pinheiro de Araújo, da Embrapa Semiárido, é de espécies com estas características que os pequenos produtores das áreas rurais do Nordeste podem vir a constituir uma estratégia comercial importante: com base nos recursos vegetais da região, desenvolver uma fruticultura em condições de sequeiro.


Atualmente, o aproveitamento da espécie é marcado pelo extrativismo e a subsistência. Mas, afirma Pinheiro Araújo, a fruta tem potencial para se valorizar no mercado, de forma particular se integrada às atividades de pequenas indústrias de beneficiamento e processamento dos frutos em doces, geleias, mousse e sucos.


A experiência de processamento dessa fruta pela Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc) gera renda para 350 famílias associadas e contribui para fortalecer a agricultura familiar da região. Parte do produto processado na forma de geleia é exportada para Alemanha e Itália, e também é consumida na merenda escolar dos municípios onde é produzido, na Bahia.


A fruta nativa, recentemente, foi incluída no catálogo mundial (Arca do Gosto) dos produtos agroalimentares de qualidade que estão em risco de desaparecer, realizado pela Fundação Slow Food para a Biodiversidade. Para ser incluída na Arca, o alimento precisa ter qualidades gastronômicas, ligação com a área geográfica local, ser produzido artesanalmente e de forma sustentável.


A Arca do Gosto descreve o maracujá-do-mato como “um fruto nativo da Caatinga onde ocorre de forma espontânea. O fruto é extremamente saboroso e perfumado, com um sabor persistente, mais doce, mais denso e mais ácido que o do maracujá comum (P. edulis). Tanto o gosto quanto o perfume recordam o mel”.


É um produto diferenciado, de sabor bastante característico em relação ao maracujá amarelo, explica o pesquisador.


No estande da Embrapa na Feira SemiáridoShow, são distribuídos materiais de divulgação (folders) que explicam aos agricultores rurais as potencialidades nutritivas e esclarecem sobre os processos de beneficiamento agroindustrial do fruto.


“A intenção é apresentar ao agricultor o potencial agronômico e econômico que essa espécie nativa da caatinga possui”, garante o pesquisador Francisco Pinheiro de Araujo,


O Nordeste apresenta uma grande variedade de plantas frutíferas, de sabores exóticos, de grande apelo entre as principais tendências atuais de consumo de produtos naturais. O maracujá-do-mato se enquadra nesta tendência, tornando-se uma importante alternativa de cultivo sustentável para o agricultor familiar.


Participam da feira as seguintes unidades da Embrapa: Semiárido, Caprinos e Ovinos, Algodão, Mandioca e Fruticultura Tropical, Agrobiologia, Transferência de Tecnologia, Tabuleiros Costeiros, Informação Tecnológica, Meio Norte, Agroindústria Tropical, Informática Agropecuária, Milho e Sorgo, Solos – UEP Recife e Agroindústria de Alimentos.


Mais informações:

O SemiáridoShow 2011 acontece de 22 a 25 de Agosto no Escritório de Petrolina da Embrapa Transferência de Tecnologia, localizado na BR-122, Km 50 (BR-428, km 148). A feira estará aberta ao público das 8h às 17h30 e a entrada é gratuita. O evento é uma realização da Embrapa e do IRPAA.


Contato:

Francisco Pinheiro de Araújo – pesquisador;

pinheiro@cpatsa.embrapa.br


Karine Nascimento – Agência Multiciência;

karine_bnascimento@hotmail.com


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Polinização manual livra melancia crioula de genes de variedade forrageira


No Semiárido brasileiro, é tradicional em grande número de pequenas propriedades o plantio das melancias, chamadas popularmente de crioulas, que são próprias para o consumo das famílias dos agricultores. Contudo, a recente expansão do cultivo de melancia forrageira nessas mesmas áreas, para compor a base de alimentação dos rebanhos na seca, está criando um sério problema genético.


De acordo com a pesquisadora Rita de Cássia Souza Dias, a atividade polinizadora de insetos como as abelhas nas flores dos dois cultivos acabam levando genes dominantes das forrageiras para as crioulas. O resultado é a geração de frutos híbridos com características próprias das melancias destinadas ao consumo dos animais: de casca amarelada, polpas mais amargas e duras.

Segundo Rita Dias, esta alteração é cada vez mais comum, principalmente por causa dos cultivos numa mesma área dos dois tipos de melancia, e foi apontada a ela pelos próprios agricultores. As sementes que retiravam da primeira colheita das cultivares que consumiam, ao usar em novo plantio, produziam frutos híbridos com características próprias das melancias destinadas aos animais.

Na Feira SemiáridoShow, a pesquisadora apresenta uma solução que é simples, barata e acessível aos agricultores para evitar a contaminação genética entre as variedades. Ela e sua equipe estão demonstrando um modo de fazer uma polinização manual controlada, que já usa em suas pesquisas e foi adaptada para o sistema produtivo agroecológico. O objetivo é manter as sementes da melancia crioula livres da influência de características forrageiras.

O método é simples: o agricultor fixa uma garrafa pet cortada ao meio e com pequenos furos no fundo do vasilhame, a uma pequena estaca; depois, o agricultor cobre as flores masculinas e femininas das melancias crioulas com esse objeto. A pesquisadora afirma que ele deve proceder assim um dia antes da abertura delas, o que acontece até 32 dias depois do plantio.

No dia seguinte, quando as flores se abrem, o agricultor retira com as mãos a flor que fornece o pólen e encosta levemente nas pétalas femininas. Após isso, torna a cobrir por mais dois dias a flor geradora do fruto, cuja base é mais arredondada.

Rita de Cássia explica que o agricultor pode aplicar esse mecanismo em até dez pares de flores. Assim, no próximo plantio, terá sementes livres da influência de genes forrageiros.

“Se métodos como esse não forem aplicados, corre-se o risco das famílias se obrigarem a recorrer às variedades comerciais das melancias de mesa, mais exigentes de adubos e insumos químicos que encarecem a produção”, observa a pesquisadora.

Características - A melancia forrageira, de nome científico Citrullus lanatus var. citroides, também conhecida como melancia de cavalo ou melancia de porco, apresenta grande resistência à seca e é facilmente cultivada e bem aceita pelos ruminantes. “Pode-se colher até 20 toneladas por hectare”, informa o zootecnista e pesquisador da Embrapa, Gherman de Araújo.

A melancia de mesa, Citrullus lanatus, é uma fruta rica em sais minerais como fósforo, ferro e cálcio, além de fonte de vitaminas dos complexos B, A e C. Devido à grande quantidade de água, atua como um bom diurético no corpo humano.

Contatos:

Rita de Cássia Souza Dias – pesquisadora;

ritadias@cpatsa.embrapa.br


João Marques – jornalista;

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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

“Prosa Sertaneja” valoriza o saber popular no SemiáridoShow 2011


 
Sentados em círculo, igual fazem na roça, com os olhos e ouvidos atentos à fala dos companheiros, agricultores e agricultoras participaram da “Prosa Sertaneja”, promovida pelo Instituto Regional da Pequena Agropecuária (IRPAA) na Feira SemiáridoShow. Sem a presença de profissionais de empresa pública ou privada, o espaço tem o objetivo de proporcionar a troca de saberes e experiências entre os sertanejos.

Durante as conversas, foram tratados temas como o recaatingamento, o uso das cisternas, enriquecimento de frutas nativas da região, educação contextualizada para o Semiárido, entre outros.

Como em toda prosa, não faltaram os causos curiosos, como os do agricultor Alcides Peixinho do Nascimento, da comunidade de Ouricuri, no município de Uauá – BA. Adepto do uso de técnicas voltadas para o melhor aproveitamento da Caatinga, seu Alcides conta que quando começou a plantar espécies nativas, como a Palma e Coroa de Frade, foi chamado de louco pelos vizinhos. Com o decorrer do tempo e o sucesso obtido nas suas terras, passou de louco a professor. Hoje, a propriedade de seu Alcides é referência na sua região e vez por outra recebe visita de escolas locais.

A nova aventura do sertanejo de Uauá é o plantio de banana sem o uso de irrigação artificial. “Só molha quando chove. Até agora está dando certo”, compartilhou Alcides com os colegas, que ouviam atentos e cheios de admiração.

Poeta, Alcides brinca com o clima da região e costuma dizer que “Deus deixou a seca para o sertanejo descansar”. Profundo conhecedor do sertão, o agricultor explica sua teoria: “Desde quando o produtor começa a juntar o alimento para os animais, cuidar da terra e das plantas, e ele tem o alimento armazenado, na época da seca ele vai descansar porque já tem tudo guardado”.

Com a voz mansa, carregada com o sotaque típico do sertão, dona Judite foi mais uma a compartilhar suas vivências com o Semiárido. Umas das fundadoras da Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), que trabalha com o beneficiamento de frutas nativas, a sertaneja ensinou como fazer uma geléia de maracujá, e aproveitou para encorajar os companheiros. “A gente começou com a Coopercuc trabalhando na cozinha de casa. Se vocês quiserem podem fazer também”, incentiva.

Em busca de novos conhecimentos, a jovem de 16 anos, Cleonice Ferreira dos Santos, foi ouvir os ensinamentos dos mais velhos, para aplicar na horta que está sendo implantada na escola em que estuda, em Uauá. Filha de produtores rurais, a garota elogia a Prosa Sertaneja e diz que levará os ensinamentos também para casa. “Um espaço como esse é importante para que os jovens ganhem mais conhecimentos e não queiram sair da sua comunidade. Tudo que se aprende é muito importante, vou ensinar o que aprendi aqui aos meus pais”, garante Cleonice.

Mais informações:

O SemiáridoShow 2011 acontece de 22 a 25 de Agosto no Escritório de Petrolina da Embrapa Transferência de Tecnologia, localizado na BR-122, Km 50 (BR-428, km 148). A feira estará aberta ao público das 8h às 17h30 e a entrada é gratuita. O evento é uma realização da Embrapa e do IRPAA.


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Embrapa Semiárido – (87) 3862 1711

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Adequada nutrição mineral aumenta produtividade do feijão de corda e a rentabilidade do produtor



O feijão de corda, também chamado de feijão-caupi ou feijão macassa, é a principal fonte de proteínas para muitos dos agricultores e agricultoras do sertão nordestino. Na Feira SemiáridoShow, pesquisadores da Embrapa tratam em um minicurso de aspecto importante do plantio dessa leguminosa e que pode repercutir no aumento da produção: a nutrição mineral do solo.

Nessa região, os plantios desse feijão nas áreas dependentes de chuva ocorrem basicamente em pequenas propriedades, que possuem escassos recursos tecnológicos. Por isso, registram baixas produtividades em relação às outras áreas de cultivo do país.

No Centro-Oeste, por exemplo, as colheitas, em média, alcançam 1000 kg/ha. É quase o triplo das que são obtidas atualmente nas áreas rurais do Nordeste: 400 kg/ha. Para os pesquisadores da Embrapa Semiárido Saulo de Tarso Aidar, Magnus Dall’igna Deon e Paulo Ivan Fernandes Júnior, a adoção de práticas simples e de baixo custo podem repercutir em aumentos significativos na produtividade da cultura.

No minicurso, os pesquisadores explicam de forma didática o passo a passo para os agricultores deixarem a terra em condições de produzir uma boa colheita.

Saulo afirma que a carência de nutrientes no solo tem várias implicações no desenvolvimento das plantas. Se falta fósforo, por exemplo, o pé de feijão como um todo não cresce e há pouca produção de grãos. Na ausência de cálcio as folhas novas podem se tornar grossas, quebradiças e encurvadas, além de diminuir o crescimento e, em casos extremos, ocorrer a morte do broto terminal impedindo que a planta chegue a florescer.

No caso do nitrogênio, os agricultores podem dispensar o uso de adubo químico e usar os recursos naturais dessa espécie de leguminosa: a fixação biológica do nitrogênio (FBN). O feijão-caupi é capaz de se associar a bactérias do solo que captam o nitrogênio atmosférico e fornecem às plantas. Essas bactérias, chamadas de rizóbios, estão em pequenas estruturas arredondadas nas raízes das plantas, denominadas nódulos.

Esse processo ocorre graças a bactérias nativas que são encontradas no solo. Porém, pode ser potencializado por meio do fornecimento desses microorganismos no momento do plantio, através da aplicação de inoculantes.

Segundo Paulo Ivan, a inoculação do feijão-caupi no Semiárido é capaz de substituir a adubação nitrogenada de até 80 kg ha-1, na forma de uréia, e aumentar a produtividade e o rendimento de grãos do feijão-caupi em mais de 30%, reduzindo os custos de produção.

Para Magnus, é importante o agricultor saber da disponibilidade desses elementos no seu solo. Do equilíbrio entre os chamados macronutrientes (nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre), e os micronutrientes (boro, cloro, cobre, ferro, manganês, molibdênio, níquel e zinco), é que ele vai poder ter a chance de obter altas produtividades. E isto se consegue fazendo a análise adequada e criteriosa do terreno onde o feijão vai ser cultivado.

Participam da feira as seguintes unidades da Embrapa: Semiárido, Caprinos e Ovinos, Algodão, Mandioca e Fruticultura Tropical, Agrobiologia, Transferência de Tecnologia, Tabuleiros Costeiros, Informação Tecnológica, Meio Norte, Agroindústria Tropical, Informática Agropecuária, Milho e Sorgo, Solos – UEP Recife e Agroindústria de Alimentos.

Mais informações:
O SemiáridoShow 2011 acontece de 22 a 25 de Agosto no Escritório de Petrolina da Embrapa Transferência de Tecnologia, localizado na BR-122, Km 50 (BR-428, km 148). A feira estará aberta ao público das 8h às 17h30 e a entrada é gratuita. O evento é uma realização da Embrapa e do IRPAA.

Contatos:
Magnus Dall’igna Deon
magnus.deon@cpatsa.embrapa.br

Saulo Aidar
saulo.aidar@cpatsa.embrapa.br

Paulo Ivan Fernandes Junior
paulo.ivan@cpatsa.embrapa.br

Laercio Lucas – Agência Multicência;
lacanlucas@hotmail.com

Fernanda Birolo – jornalista;
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Prosa Rural no SemiáridoShow 2011




Ouça entrevista com o agricultor familar de Valente – BA, da Associação de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira (APAEB), direto do SemiáridoShow 2011.
Locução: Jorge Macau
Coordenação: Nilo Falcão
Operação técnica: Valdemar da Costa

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Tecnologia que guarda água no solo é alternativa para aumentar segurança alimentar no Semiárido



No tempo de estiagem, a visão de uma barragem subterrânea pode ser bem semelhante a um pequeno oásis. Quando bem manejada, a tecnologia prolonga a umidade do solo por um período de tempo mais seguro para as plantas germinarem, crescerem e chegaram à fase da colheita. Na Feira SemiáridoShow 2011, esse tipo de barragem pode ser visitada pelos agricultores. 

Os bons resultados que ela oferece estão relacionados à sua forma de construção: a parede é feita para dentro do solo até a profundidade onde está a camada impermeável ou rocha. Deste modo, as águas das chuvas, ao se infiltrarem no terreno, ficam represadas no interior do terreno e formam uma espécie de vazante artificial, que sofre, muito lentamente, os efeitos da evaporação provocada pelas altas temperaturas no Semiárido. 

Nas áreas rurais da região, são elevados os riscos de perdas dos plantios submetidos às condições de chuvas irregulares da área mais seca do Nordeste. No entanto, segundo estudos realizados por pesquisadores da Embrapa Semiárido e a experiência de muitas organizações sociais, o nível de eficiência torna a barragem subterrânea uma alternativa tecnológica para a agricultura familiar na região, garante Roseli Freire de Melo, pesquisadora da Embrapa Semiárido.

Em consultas feitas a agricultores nos estados de Pernambuco e Paraíba, quase 70% consideraram que o uso da barragem havia diminuído o risco da exploração agrícola nas suas propriedades. Nos dados coletados durante dez anos (1996/2006) no Sítio Santo Antonio, na zona rural de Petrolina (PE), ficam claras as razões para as respostas dos agricultores pernambucanos. Em primeiro lugar, por se constatar que em todos os anos que foram cultivados houve a colheita de feijão e de milho. Mais que isso, porém, as quantidades produzidas das duas espécies na área da barragem sempre foram acima das médias registradas para a região, explica Roseli. 

Segundo o técnico do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA), Vanderlei Menezes, situação semelhante é encontrada em propriedades como a seu Alcides Peixinho na zona rural do município de Curaçá – BA. Há dez anos acompanhando os resultados obtidos na área dessa barragem, ele afirma que as safras de milho, feijão, sorgo e leucena sempre foram garantidas. 

Mesmo em secas mais intensas, seu Alcides conseguia produzir em quantidade acima da que era obtida por seus vizinhos. Em todo este tempo, é visível que a qualidade de vida dele e da sua família está melhor, e uma coisa que eleva a autoestima dos agricultores é ter comida na mesa, explica Vanderlei.

No SemiáridoShow, a pesquisadora Roseli Freire vai ministrar um minicurso sobre essa tecnologia de captação e armazenamento da água de chuva. O encontro acontece na quarta-feira (24), das 8h às 11h30, no espaço da feira.
Participam da feira as seguintes unidades da Embrapa: Semiárido, Caprinos e Ovinos, Algodão, Mandioca e Fruticultura Tropical, Agrobiologia, Transferência de Tecnologia, Tabuleiros Costeiros, Informação Tecnológica, Meio Norte, Agroindústria Tropical, Informática Agropecuária, Milho e Sorgo, Solos – UEP Recife e Agroindústria de Alimentos.

Mais informações:
O SemiáridoShow 2011 acontece de 22 a 25 de Agosto no Escritório de Petrolina da Embrapa Transferência de Tecnologia, localizado na BR-122, Km 50 (BR-428, km 148). A feira estará aberta ao público das 8h às 17h30 e a entrada é gratuita. O evento é uma realização da Embrapa e do IRPAA.
 
Contatos:
Roseli Freire de Melo – pesquisadora; 
 
Venderlei Meneses – técnico em agropecuária;
vanderlei@irppa.org

Marcelino Ribeiro – jornalista;
marcelrn@cpatsa.embrapa.br (74) 8809-8444

Fernanda Birolo – jornalista;
fernanda.birolo@cpatsa.embrapa.br (87) 9613-4788
 
Érica Daiane – jornalista;
erica@irpaa.org (74) 9141-3357  
 
Embrapa Semiárido – 87 3862 1711 
 
IRPAA – 74 3611 6481

SemiáridoShow no Canal Rural

SemiáridoShow discute convivência na área de sequeiro


Por Wllyssys Wolfgang, em 23 de Agosto de 2011.

Beiju enriquecido com hortaliças e frutas é apresentado em minicurso no SemiáridoShow


A Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical trouxe novos sabores para uma tradicional iguaria nordestina: o beiju. A uma plateia formada por agricultores e estudantes que participaram do minicurso “Beijus Enriquecidos com Frutas e Hortaliças”, na tarde desta segunda-feira (22) no SemiáridoShow, o pesquisador Joselito Motta mostrou novas formas de beneficiamento desse produto a partir do uso da polpa ou extrato de maracujá, goiaba, beterraba, entre outras.

Os participantes do curso gostaram da novidade. Elogiaram o sabor, o colorido e mostraram-se entusiasmados para aderir à experiência.

A agricultora Leoneide dos Santos, 57 anos, do município de Floresta, é só elogio ao beiju multicor. “Muito gostoso, quando chegar em casa vou arriscar no experimento”, declarou.

Segundo o pesquisador Joselito Motta, a inclusão das frutas e hortaliças torna o beiju mais nutritivo e saboroso. O método é simples: substitui a água por suco ou polpa de frutas e hortaliças para “molhar” a fécula (goma).

No minicurso, ele abordou ainda as alternativas que a mandioca apresenta para a agregação de valor e o papel importante que essa cultivar possui para a agricultura familiar.

“A mandioca é resistente à seca, produz em solos de baixa fertilidade e tem uma característica especial: é aproveitada por completo”, explicou o pesquisador. Ele afirma ainda que “as raízes são fontes de energia e carboidrato que dão como produto principal a farinha”.

Para Joselito, produtos como o amido e outros derivados da mandioca são alternativas ainda desconhecidas de muitos agricultores e as comunidades que se aproveitam de maneira diversificada do uso dessa espécie podem usar a farinha para proporcionar a sustentabilidade das pequenas produções.

O pesquisador Joselito Motta, da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, ministra mais um minicurso de “Beijus Enriquecidos com Frutas e Hortaliças” na manhã desta terça-feira (23), dentro da programação do SemiáridoShow 2011.

Participam da feira as seguintes unidades da Embrapa: Semiárido, Caprinos e Ovinos, Algodão, Mandioca e Fruticultura Tropical, Agrobiologia, Transferência de Tecnologia, Tabuleiros Costeiros, Informação Tecnológica, Meio Norte, Agroindústria Tropical, Informática Agropecuária, Milho e Sorgo, Solos – UEP Recife e Agroindústria de Alimentos.

Contatos:
Joselito Motta- pesquisador;
joselito@cnpmf.embrapa.br

Karine Nascimento – Agência Multiciência;
karine_bnascimento@hotmail.com

Fernanda Birolo – jornalista;
Fernanda.birolo@cpatsa.embrapa.br

Marcelino Ribeiro – jornalista;
marcelrn@cpatsa.embrapa.br

Embrapa Semiárido – 87 3862 1711

Prosa Rural no SemiáridoShow 2011



Ouça entrevista com o analista da Embrapa Informática Agropecuária, direto do SemiáridoShow 2011.
Locução: Jorge Macau
Coordenação: Nilo Falcão
Operação técnica: Valdemar da Costa

Artesanato com produtos típicos do Semiárido tem destaque no Espaço da Economia Solidária



Palhas de licuri, de bananeira ou milho, sementes, folhas desidratadas, tecidos, couro, entre outras matérias-primas são a base dos produtos artesanais que estão sendo expostos e comercializados no Espaço da Economia Solidária, área organizada pelo Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA) na Feira SemiáridoShow 2011.

Com abertura realizada na manhã do dia 22, a Feira contou no primeiro dia com uma média de 1.800 pessoas, as quais visitaram diversos espaços com o acompanhamento de técnicos/as da Emprapa ou do IRPAA. Dentre os locais visitados, a área dos estandes da Agricultura Familiar despertou a atenção do público que pode conferir a produção de grupos, associações e cooperativas que trabalham com diferentes produtos típicos do Semiárido, além de contemplar um grupo musical tocando o tradicional forró pé-de-serra.

A Associação Mulungu do Sol, vinda do município de Irecê/BA, está expondo caixas decoradas, porta-retratos, flores, bolsas, brincos e pulseiras produzidos a partir do fio do sisal, palha de licuri e de banana, sementes encontradas na caatinga, vagens, folhas desidratadas. O trabalho, hoje realizado por um grupo de dez associadas, teve início há quatro anos e, para a presidente da associação, Euraide de Oliveira, a entidade ainda está em fase estruturação. A renda gerada com a participação em feiras como o SemiáridoShow, segundo Euraide, tem sido investida nessa fase de consolidação do trabalho da Mulungu do Sol.

As feiras têm representado importantes possibilidades de geração de renda e articulação de negócios para as/os produtores/as familiares, é o que confirma uma das integrantes do “Grupo de Artesanato em palha de bananeira da área do Projeto de irrigação Maria Tereza”, Rivanete Humilde de Oliveira. Com sede no Km 22, em Petrolina, o grupo tem apenas seis meses que foi criado e esta já é a segunda feira que participa. “Já temos encomendas. A feira abre várias portas”, disse.

Outros produtos
Além do artesanato, o público poderá conhecer também derivados da cadeia produtiva vegetal, animal e apícola como alimentos originados do umbu, do maracujá da caatinga, coco, leite de cabra, mel e couro. Além disso, frutas e verduras produzidas em área de sequeiro, enfeites com plantas nativas e livros de receitas naturais também integram a diversidade de produtos expostos na Feira.

O SemiáridoShow 2011 acontece até o dia 25 de agosto no Escritório de Petrolina da Embrapa Transferência de Tecnologia, localizado na BR-122, Km 50 (BR-428, km 148). A feira é aberta ao público das 8h às 17h30, com entrada gratuita e é realizada pela Embrapa e IRPAA.

Contato:

IRPAA - (74) 3611-6481

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Feijoada com o caupi BRS Tapaihum faz sucesso no SemiáridoShow

A nova variedade de feijão caupi BRS Tapaihum foi devidamente apresentada aos agricultores e agricultoras que visitaram o primeiro dia da Feira SemiáridoShow: como ingrediente principal de uma suculenta feijoada nordestina com carne caprina defumada. Em todo o Brasil, esta é a primeira cultivar de cor preta dessa espécie vegetal disponibilizada pela pesquisa para consumo humano.

A aparência do prato feito com este grão é semelhante ao preparado de forma tradicional e exclusiva com o feijão Phaseolus vulgaris. O sabor é diferente, mas quem provou não deixa de elogiar. Assim é que não foram poucas as pessoas que enfrentaram a fila para degustar a feijoada com esse caupi.

Um deles foi o agricultor Vicente Cruz, do Assentamento Mandacaru, em Juazeiro. Ainda de prato na mão, ele registra o gosto “um pouco” diferente mas não tem dúvida: “o sabor é muito agradável, próprio de feijoada”.

Outro elogio veio da agricultora Zuleide de Sousa Torres, da comunidade de Nossa Senhora de Fátima, em Petrolina. Ela disse ter notado algumas diferenças na iguaria, mas “é muito boa”.

Uma das vantagens do BRS Tapaihum, segundo a cozinheira que preparou a feijoada, Lucenildes Nunes dos Santos, é o tempo de preparo. “Ele é bem mais rápido e isto para dona de casa já é uma vantagem”, avalia, reforçando outra qualidade da nova espécie. “O sabor fica bem diferente do outro, nem se compara. Está aprovado”.

A BRS Tapaihum foi desenvolvida no programa de melhoramento genético da Embrapa Semiárido, coordenado pelo pesquisador Carlos Antônio Fernandes Santos. O sucesso que ela fez na feira não deve demorar a ser estendida aos sistemas de produção da agricultura familiar nas áreas dependentes de chuva do Nordeste.

De acordo com o pesquisador, a cultivar é recomendada para cultivo em condições irrigadas - no segundo semestre - e de sequeiro - no primeiro semestre, dos sertões do Pernambuco, Bahia e Piauí. Além disso, alcança níveis de produtividade que superam as safras de grãos de algumas das variedades mais plantadas na região: BRS Marataoã e 'Canapu'.

Segundo os dados registrados durante a pesquisa executado por Carlos Antonio, a Tapaihum tem potencial para alcançar 1700 kg/ha em ambiente de sequeiro e de 2200 kg/ha no irrigado. Ele ainda diz que, diante da irregularidade das chuvas que costuma afetar sobremaneira os plantios de feijão caupi nas áreas secas da região, a variedade apresentou boa previsibilidade produtiva e ampla adaptação nos 15 ambientes em que foi testado nos estados da Bahia, Pernambuco e Piauí.

Também, ela tem alta tolerância de campo às viroses do mosaico dourado, do mosaico severo e do Potyvirus.

Além do BRS Tapaihum, também foram apresentados os feijões BRS Acauã, caracterizada pela cor clara amarelada, formato arredondado, sabor agradável e coloração persistente durante o armazenamento, e o BRS Carijó, do tipo "fradinho", tendo sido desenvolvida para as condições de cultivo do vale do São Francisco, que até então não tinha esse tipo de cultivar.

As três espécies foram produzidas pela equipe coordenada pelo pesquisador Carlos Antonio Fernandes Santos, que teve o apoio financeiro do Banco do Nordeste do Brasil.

Participam da feira as seguintes unidades da Embrapa: Semiárido, Caprinos e Ovinos, Algodão, Mandioca e Fruticultura Tropical, Agrobiologia, Transferência de Tecnologia, Tabuleiros Costeiros, Informação Tecnológica, Meio Norte, Agroindústria Tropical, Informática Agropecuária, Milho e Sorgo, Solos – UEP Recife e Agroindústria de Alimentos.

Contatos:
Carlos Antonio Fernandes Santos – pesquisador;
casantos@cpatsa.embrapa.br


Emerson Rocha – Agência Multiciência;
nosreme10@hotmail.com,

Fernanda Birolo – jornalista;
fernanda.birolo@cpatsa.embrapa.br


Marcelino Ribeiro – jornalista;
marcelrn@cpatsa.embrapa.br


Embrapa Semiárido – (87) 3862 1711

Prosa Rural no SemiáridoShow 2011



Ouça entrevista com o Diretor-Executivo de Transferência de Tecnologia da Embrapa, direto do SemiáridoShow 2011.
Locução: Jorge Macau
Coordenação: Nilo Falcão
Operação técnica: Valdemar da Costa



Embrapa Mandioca e Fruticultura está presente no SemiáridoShow 2011




Diversas tecnologias desenvolvidas pela Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas – BA), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, estão disponíveis no estande da instituição no SemiáridoShow 2011, de 22 a 25 de agosto, em Petrolina (PE). Todas as tecnologias foram selecionadas de acordo com o tema geral do evento este ano – Água e produção de alimentos na agricultura familiar.

Para o chefe geral Domingo Haroldo Reinhardt, a participação da Embrapa Mandioca e Fruticultura permitirá interações com milhares de produtores com ganhos para os dois lados. “Vamos transferir tecnologias e conhecimento de grande utilidade e, ao mesmo tempo, receber novas demandas e sugestões para direcionar o trabalho da pesquisa para as reais necessidades dos produtores e demais clientes quanto à inovação tecnológica”, explica.

Espera-se que um dos destaques do estande seja a exposição de variedades de citros para a região semiárida, como o pomelo ‘Flame’, o limão ‘Fino’ e a lima ácida ‘Tahiti’, uma vez que a citricultura tem despertado interesse de fruticultores da região em busca de alternativa para a uva e a manga, que começam a encontrar problemas de mercado.

Tecnologias

Ainda na área de fruticultura, a Unidade está levando diversas variedades de banana resistentes às doenças sigatoka-negra, amarela e mal-do-panamá, que dispensam o uso de agrotóxicos, e abacaxis resistentes à fusariose, a mais grave doença da cultura.

Oriunda de região tropical, a mandioca (Manihot esculenta Crantz) encontra condições favoráveis para seu desenvolvimento em todas as regiões do país, em especial no Semiárido, e a Embrapa Mandioca e Fruticultura apresenta no evento quatro tecnologias específicas passíveis de uso na região: variedades de mandioca adaptadas ao Semiárido – resistentes a doenças como podridão radicular ou podridão de raízes e bacteriose, comuns na região Nordeste –, tapioca colorida, controle biológico do mandarová e armadilha para broca-da-haste.

O mandarová é um dos insetos que mais atacam a lavoura da mandioca e sua larva pode causar até 64% de redução de raízes. Durante o SemiáridoShow, será distribuído um folder da Embrapa Mandioca e Fruticultura e da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) que traz o passo a passo de como utilizar o Baculovirus Erinnyis para o controle biológico, com informações sobre cuidados na aplicação, vantagens e sequência de preparo do Baculovirus, com figuras explicativas, além da descrição dos sintomas, obtenção e momento de aplicação do Baculovirus e a dose a ser utilizada por hectare.

Também vai ser demonstrada a armadilha CNPMF para controlar a broca-da-haste Sternocoelus spp. (Curculionidae) e Tropidozineus fulveolus (Lameere) (Cerambycidae), uma das pragas que mais atacam a cultura da mandioca. “Até o momento, o método de controle recomendado era destruir restos de plantas infestadas no campo. O princípio da armadilha baseia-se no fornecimento de abrigo usando telhas de barro e atrativo alimentar com raízes de mandioca; confecção da armadilha; coleta de adultos da broca na armadilha; estratégia para redução populacional da broca; e eficiência do método em campo”, explica o pesquisador Romulo Carvalho que, junto com o colega Miguel Dita, desenvolveu a armadilha.

Minicurso
O pesquisador Joselito da Silva Motta ministra, na tarde do dia 22 e na manhã do dia 23, minicurso sobre beijus enriquecidos com frutas e hortaliças. Tradicionalmente brancos, as tapiocas (ou beijus) ganham novas cores, cheiros, sabores e nutrientes quando a água utilizada em sua fabricação é substituída pela polpa de frutas ou extrato de hortaliças. “O produto tem se mostrado uma excelente fonte de renda para os agricultores familiares, pois traz uma agregação de valor. Além disso, muitas prefeituras têm o incluído na merenda escolar, abrindo um novo nicho de mercado”, explica Motta. Os beijus coloridos estarão disponíveis ao público para degustação no estande institucional.

Contatos:
Jornalista: Léa Cunha (DRT-BA 1633)
Embrapa Mandioca e Fruticultura
Telefone: (75) 3312-8076 Fax: (75) 3312-8015
E-mail: leacunha@cnpmf.embrapa.br



Programação diversificada no SemiáridoShow 2011

Espaço dos estandes institucionais na Feira SemiáridoShow 2011

Uma programação repleta de temas relacionados a políticas públicas e tecnologias para a agricultura familiar, contando com minicursos, debates, palestras e apresentação de tecnologias agropecuárias são alguns dos atrativos do SemiáridoShow 2011. O evento é realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Instituto da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA), entre os dias 22 e 25 de agosto na Embrapa Transferência de Tecnologia, em Petrolina.

Durante todos os dias da feira, os visitantes poderão passear pela área de demonstração de campo, tendo a oportunidade de conhecer diversos recursos para a Convivência com o Semiárido. Experimentos com feijão, maracujá-do-mato, dessalinização das águas subterrâneas, tilápia rosa, sistema agrossilvipastoril, milho, amendoim e galinha caipira são apenas alguns exemplos das tecnologias que estarão expostas na feira.

Na área dos estandes, estarão presentes instituições estaduais de pesquisa e assistência técnica - como o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) e Empresa Baiana de Pesquisa Agropecuária (EBDA) -, Organizações Não Governamentais - como o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA) -, empresas públicas como Chesf e Codevasf, além de instituições privadas do setor agrícola.

Já a Embrapa conta com a participação de 14 Unidades que estarão expondo suas tecnologias: Semiárido, Caprinos e Ovinos, Algodão, Mandioca e Fruticultura Tropical, Agrobiologia, Transferência de Tecnologia, Meio-Norte, Agroindústria Tropical, Milho e Sorgo, Solos - UEP Recife e Agroindústria de Alimentos.

O SemiáridoShow promoverá debates sobre temas de grande relevância para o público do evento, como a economia solidária, políticas públicas para a agricultura familiar, acesso a terra, água e segurança alimentar, comercialização e mercado diferenciado, educação e recaatingamento. Um ciclo de palestras também discutirá o sistema de produção de sorgo no Semiárido, alternativas de mecanização para produção de grãos e a criação de abelhas sem ferrão.

Os agricultores e agricultoras presentes na feira terão ainda um espaço para trocar experiências e discutir soluções para os problemas que enfrentam no campo. Também estão programados cerca de 30 minicursos, abordando os mais diversos aspectos da produção familiar, seja na área de agricultura, criação de animais ou aproveitamento dos recursos naturais.

Para ter acesso aos minicursos, palestras e debates, que acontecem todos os dias da feira, os interessados deverão se inscrever no próprio local, durante o evento. Cada espaço terá o limite de 40 participantes. A programação completa será distribuída a todos os visitantes do evento.

Mais informações:
O SemiáridoShow 2011 acontece de 22 a 25 de Agosto no Escritório de Petrolina da Embrapa Transferência de Tecnologia, localizado na BR-122, Km 50 (BR-428, km 148). A feira estará aberta ao público das 8h às 17h30 e a entrada é gratuita. A feira é uma realização da Embrapa e IRPAA.

Umbuzeiro do Conhecimento expõe práticas da educação contextualizada


A Educação Contextualizada é uma das políticas públicas mais importantes defendidas pelas organizações sociais para a Convivência com o Semiárido, a partir da valorização do meio ambiente e dos saberes locais. Algumas dessas experiências têm sido implantadas com êxito em municípios baianos como Curaçá, Uauá, Sento Sé, entre outros. A proposta também motivou a criação de curso de especialização na área, voltado para a qualificação de professores/as, oferecido pelo Departamento de Ciências Humanas (DCH), da Universidade do Estado da Bahia (UNEB).

A pedagoga Edineusa Sousa, integrante da equipe do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA), esclarece que, por muito tempo, a escola tradicional não priorizou nos currículos e diretrizes da educação as diversidades regionais e implantou modelos unificados para todo o país. “A proposta da educação contextualizada é construir um olhar a partir da nossa própria realidade local, sem menosprezar as experiências globais de educação”, explica.

O umbuzeiro, planta nativa da Caatinga, é o principal símbolo da resistência ao clima semiárido e tem sido uma fonte de renda para as comunidades rurais, devido à quantidade de produtos derivados do umbu. Durante o SemiáridoShow, os visitantes poderão conhecer o “Umbuzeiro do Conhecimento”, um ambiente destinado à aprendizagem de forma lúdica, compartilhando experiências como narração de histórias e vivência de educadores e articuladores sociais. “Serão apresentados livros paradidáticos, mecanismos de produção, brinquedos, uma variedade de produtos relacionados não só com a educação contextualizada, mas também com a economia solidária. Será um espaço de formação”, conclui a pedagoga.

Mais informações:
O SemiáridoShow 2011 acontece de 22 a 25 de Agosto no Escritório de Petrolina da Embrapa Transferência de Tecnologia, localizado na BR-122, Km 50 (BR-428, km 148). A feira estará aberta ao público das 8h às 17h30 e a entrada é gratuita. O evento é uma realização da Embrapa e do IRPAA.

Contato:
IRPAA - (74) 3611-6481