terça-feira, 23 de agosto de 2011

Tecnologia que guarda água no solo é alternativa para aumentar segurança alimentar no Semiárido



No tempo de estiagem, a visão de uma barragem subterrânea pode ser bem semelhante a um pequeno oásis. Quando bem manejada, a tecnologia prolonga a umidade do solo por um período de tempo mais seguro para as plantas germinarem, crescerem e chegaram à fase da colheita. Na Feira SemiáridoShow 2011, esse tipo de barragem pode ser visitada pelos agricultores. 

Os bons resultados que ela oferece estão relacionados à sua forma de construção: a parede é feita para dentro do solo até a profundidade onde está a camada impermeável ou rocha. Deste modo, as águas das chuvas, ao se infiltrarem no terreno, ficam represadas no interior do terreno e formam uma espécie de vazante artificial, que sofre, muito lentamente, os efeitos da evaporação provocada pelas altas temperaturas no Semiárido. 

Nas áreas rurais da região, são elevados os riscos de perdas dos plantios submetidos às condições de chuvas irregulares da área mais seca do Nordeste. No entanto, segundo estudos realizados por pesquisadores da Embrapa Semiárido e a experiência de muitas organizações sociais, o nível de eficiência torna a barragem subterrânea uma alternativa tecnológica para a agricultura familiar na região, garante Roseli Freire de Melo, pesquisadora da Embrapa Semiárido.

Em consultas feitas a agricultores nos estados de Pernambuco e Paraíba, quase 70% consideraram que o uso da barragem havia diminuído o risco da exploração agrícola nas suas propriedades. Nos dados coletados durante dez anos (1996/2006) no Sítio Santo Antonio, na zona rural de Petrolina (PE), ficam claras as razões para as respostas dos agricultores pernambucanos. Em primeiro lugar, por se constatar que em todos os anos que foram cultivados houve a colheita de feijão e de milho. Mais que isso, porém, as quantidades produzidas das duas espécies na área da barragem sempre foram acima das médias registradas para a região, explica Roseli. 

Segundo o técnico do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA), Vanderlei Menezes, situação semelhante é encontrada em propriedades como a seu Alcides Peixinho na zona rural do município de Curaçá – BA. Há dez anos acompanhando os resultados obtidos na área dessa barragem, ele afirma que as safras de milho, feijão, sorgo e leucena sempre foram garantidas. 

Mesmo em secas mais intensas, seu Alcides conseguia produzir em quantidade acima da que era obtida por seus vizinhos. Em todo este tempo, é visível que a qualidade de vida dele e da sua família está melhor, e uma coisa que eleva a autoestima dos agricultores é ter comida na mesa, explica Vanderlei.

No SemiáridoShow, a pesquisadora Roseli Freire vai ministrar um minicurso sobre essa tecnologia de captação e armazenamento da água de chuva. O encontro acontece na quarta-feira (24), das 8h às 11h30, no espaço da feira.
Participam da feira as seguintes unidades da Embrapa: Semiárido, Caprinos e Ovinos, Algodão, Mandioca e Fruticultura Tropical, Agrobiologia, Transferência de Tecnologia, Tabuleiros Costeiros, Informação Tecnológica, Meio Norte, Agroindústria Tropical, Informática Agropecuária, Milho e Sorgo, Solos – UEP Recife e Agroindústria de Alimentos.

Mais informações:
O SemiáridoShow 2011 acontece de 22 a 25 de Agosto no Escritório de Petrolina da Embrapa Transferência de Tecnologia, localizado na BR-122, Km 50 (BR-428, km 148). A feira estará aberta ao público das 8h às 17h30 e a entrada é gratuita. O evento é uma realização da Embrapa e do IRPAA.
 
Contatos:
Roseli Freire de Melo – pesquisadora; 
 
Venderlei Meneses – técnico em agropecuária;
vanderlei@irppa.org

Marcelino Ribeiro – jornalista;
marcelrn@cpatsa.embrapa.br (74) 8809-8444

Fernanda Birolo – jornalista;
fernanda.birolo@cpatsa.embrapa.br (87) 9613-4788
 
Érica Daiane – jornalista;
erica@irpaa.org (74) 9141-3357  
 
Embrapa Semiárido – 87 3862 1711 
 
IRPAA – 74 3611 6481

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