segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Feira expõe variedades de palma resistentes à cochonilha-do-carmim

Palma atacada pela praga cochonilha-do-carmim

Uma novidade que os agricultores poderão conhecer ao visitar a Feira SemiáridoShow 2011, de 22 a 25 de Agosto, em Petrolina, são as variedades de palma que não sofrem ataques da praga cochonilha-do-carmim. Na área de demonstração de tecnologias do evento, estão implantadas as variedades Mão de moça ou Baiana, a Miúda e a Orelha de Elefante Mexicana.

O plantio das três, em toda a região semiárida, é recomendado pelo Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), pela Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba S. A (EMEPA) e pela Embrapa Semiárido. Estas instituições, inclusive, mantêm um programa de produção e distribuição de mudas entre os agricultores das áreas infestadas pela praga.

Durante o evento, os técnicos do IPA vão estar disponíveis junto à área onde foram cultivadas para informar os agricultores sobre a qualidade forrageira das três variedades e importância de seu cultivo para conter a disseminação dessa espécie de cochonilha pela região.

De acordo com o pesquisador Carlos Gava, da Embrapa Semiárido, os danos causados por essa praga já estão registrados em cerca de 100 mil hectares dos estados da Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco. Recentemente, foi observada, também, em palmais da zona rural de Alagoas.

O prejuízo enfrentado pelos agricultores é muito alto, principalmente porque ele afeta os pequenos criadores, que têm essa espécie como a principal forrageira nos seus sistemas de produção. Este segmento de criadores prefere a forrageira por sua adaptação às condições de solo e resistência às altas temperaturas e ao regime irregular de chuvas da região.

Além disso, a planta concentra grande quantidade de água nos seus tecidos: cerca de 90% - apenas 10% da sua composição são constituídos por matéria seca.

Segundo Gava, no Semiárido a palma é base na alimentação dos rebanhos caprinos, ovinos e bovinos. A forrageira é também o único alimento volumoso que pode ser armazenada plantada no campo. O amadurecimento não faz com que perca suas qualidades nutricionais, explica.

Bahia – Para o pesquisador, a feira vai ser um momento importante no esforço das instituições para conter a infestação da praga. Primeiro, porque o contato direto entre técnicos e agricultores favorece a adoção de manejos que dificultam a disseminação da cochonilha pela região. Depois, o conhecimento das variedades resistentes evita que os produtores busquem recompor seus plantios perdidos para a praga com qualquer variedade de palma.

Providências já estão sendo tomadas em conjunto com os laboratórios do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste, e das Universidades Federal de Pernambuco (UFPE) e Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Juntos, começaram a produzir, por meio de uma técnica conhecida como cultura de tecidos, cerca de 100 mil mudas da variedade Orelha de Elefante Mexicana para distribuição entre os agricultores das áreas afetadas.

Na Bahia, estado sem registro dessa espécie de cochonilha, a Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB) firmou convênio com a Embrapa Semiárido para distribuir outras 100 mil mudas dessa mesma variedade nos municípios do entorno da Barragem de Sobradinho - Casa Nova, Pilão Arcado, Remanso, Sento Sé e Sobradinho.

Participam da feira as seguintes unidades da Embrapa: Semiárido, Caprinos e Ovinos, Algodão, Mandioca e Fruticultura Tropical, Agrobiologia, Transferência de Tecnologia, Tabuleiros Costeiros, Informação Tecnológica, Meio Norte, Agroindústria Tropical, Informática Agropecuária, Milho e Sorgo, Solos – UEP Recife e Agroindústria de Alimentos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário