quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Programa Água Doce expõe sistema de produção na Feira SemiáridoShow

 Curso sobre cultivo de tilápias no povoado de Calumbi, Tauá (CE)


Os agricultores em visita ao SemiáridoShow 2011 vão poder ver em operação o sistema de produção do Programa Água Doce (PAD) que já beneficia mais de 4 mil pessoas em 9 comunidades difusas dos estados da Bahia, Pernambuco, Paraíba, Ceará, Alagoas e Rio Grande do Norte. Além do equipamento para tratamento de água salobra, vão estar em exibição dois tanques onde podem ser criados peixes da espécie Tilápia Tailandesa, e um pequeno plantio de erva sal - planta que produz forragens com alto valor nutritivo para ruminantes.

Segundo o pesquisador Gherman Garcia Leal Araújo, da Embrapa Semiárido, o sistema exposto é simplificado, mas os visitantes terão uma noção do potencial que possui o programa do Ministério do Meio Ambiente para melhorar a qualidade de vida das famílias, com geração de renda e um reforço na estrutura produtiva das comunidades rurais da região.

Para ele, o Semiárido tem grande potencial para uso desse sistema. Nesta parte do Nordeste existem mais de 150 mil poços perfurados. Dados oficiais, contudo, apontam que 80% deles apresentam teores de sais acima do limite aceitável para o consumo humano e animal.

Nos poços com vazão acima de 2 mil litros por hora é perfeitamente viável a instalação de um equipamento dessalinizador. Dessa forma é que o PAD supre com água de boa qualidade mais de 100 mil pessoas.

O sistema desenvolvido pela Embrapa Semiárido vai mais além: aproveita o efluente do processo de dessalinização de água subterrânea para a criação de peixes e a irrigação de uma planta forrageira resistente a solos salinos, a erva sal. Nas comunidades onde está implantado, as pessoas ampliam a segurança alimentar e a renda, garante Gherman.

De acordo com dados levantados por pesquisadores da Embrapa e técnicos do Ministério do Meio Ambiente, atualmente há comunidades que conseguem colher até 800 quilos de tilápias a cada despesca. Chegam também a dispor de até 20t de feno e silagem para alimentar os rebanhos no período seco.


Resultados assim é que tornam interessante o sistema do PAD como uma alternativa tecnológica para a convivência com o Semiárido.

O pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Luiz Carlos Hermes, considera que a água salobra será cada vez mais comum no Semiárido brasileiro. E que a produção de alimentos nessa região vai depender das pesquisas que busquem formas sustentáveis de aproveitar essa água “dita como marginal”.

O BNDES tem apoiado uma série de pesquisas que buscam flexibilizar as formas desse tipo de produção, sem perder de vista a sustentabilidade ambiental, para que mais comunidades do Semiárido possam ser beneficiadas pelo sistema produtivo desenvolvido por Everaldo Porto, pesquisador aposentado da Embrapa Semiárido. A Fundação Banco do Brasil e governos dos estados nordestinos e de Minas Gerais trabalham para levar o sistema para mais comunidades.

Participarão da feira as seguintes unidades da Embrapa: Semiárido, Caprinos e Ovinos, Algodão, Mandioca e Fruticultura Tropical, Agrobiologia, Transferência de Tecnologia, Meio-Norte, Agroindústria Tropical, Milho e Sorgo, Solos - UEP Recife e Agroindústria de Alimentos.

Mais informações:
Email: comunic.aguadoce@cpatsa.embrapa.br
Embrapa Semiárido - (87) 3862-1711

Nenhum comentário:

Postar um comentário