Curso sobre cultivo de tilápias no povoado de Calumbi, Tauá (CE)
Segundo o pesquisador Gherman Garcia Leal Araújo, da Embrapa Semiárido, o sistema exposto é simplificado, mas os visitantes terão uma noção do potencial que possui o programa do Ministério do Meio Ambiente para melhorar a qualidade de vida das famílias, com geração de renda e um reforço na estrutura produtiva das comunidades rurais da região.
Para ele, o Semiárido tem grande potencial para uso desse sistema. Nesta parte do Nordeste existem mais de 150 mil poços perfurados. Dados oficiais, contudo, apontam que 80% deles apresentam teores de sais acima do limite aceitável para o consumo humano e animal.
Nos poços com vazão acima de 2 mil litros por hora é perfeitamente viável a instalação de um equipamento dessalinizador. Dessa forma é que o PAD supre com água de boa qualidade mais de 100 mil pessoas.
O sistema desenvolvido pela Embrapa Semiárido vai mais além: aproveita o efluente do processo de dessalinização de água subterrânea para a criação de peixes e a irrigação de uma planta forrageira resistente a solos salinos, a erva sal. Nas comunidades onde está implantado, as pessoas ampliam a segurança alimentar e a renda, garante Gherman.
De acordo com dados levantados por pesquisadores da Embrapa e técnicos do Ministério do Meio Ambiente, atualmente há comunidades que conseguem colher até 800 quilos de tilápias a cada despesca. Chegam também a dispor de até 20t de feno e silagem para alimentar os rebanhos no período seco.
Resultados assim é que tornam interessante o sistema do PAD como uma alternativa tecnológica para a convivência com o Semiárido.
O pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Luiz Carlos Hermes, considera que a água salobra será cada vez mais comum no Semiárido brasileiro. E que a produção de alimentos nessa região vai depender das pesquisas que busquem formas sustentáveis de aproveitar essa água “dita como marginal”.
O BNDES tem apoiado uma série de pesquisas que buscam flexibilizar as formas desse tipo de produção, sem perder de vista a sustentabilidade ambiental, para que mais comunidades do Semiárido possam ser beneficiadas pelo sistema produtivo desenvolvido por Everaldo Porto, pesquisador aposentado da Embrapa Semiárido. A Fundação Banco do Brasil e governos dos estados nordestinos e de Minas Gerais trabalham para levar o sistema para mais comunidades.
Participarão da feira as seguintes unidades da Embrapa: Semiárido, Caprinos e Ovinos, Algodão, Mandioca e Fruticultura Tropical, Agrobiologia, Transferência de Tecnologia, Meio-Norte, Agroindústria Tropical, Milho e Sorgo, Solos - UEP Recife e Agroindústria de Alimentos.
Mais informações:
Email: comunic.aguadoce@cpatsa.embrapa.br
Embrapa Semiárido - (87) 3862-1711
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